Já vivi coisas boas.
Já vivi coisas ruins.
Já vivi lágrimas como rios de
tristeza.
Já vivi lágrimas como torrentes
incontroláveis de riso.
Já vivi sonhos que não sonhei.
Já vivi pesadelos que não imaginei.
Já vivi fotos que não tirei.
Já vivi horizontes que ninguém
fotografou.
Já vivi personagens que sofreram.
Já vivi personagens que superaram a
dor.
Já vivi horas com intensidade.
Já vivi horas de tédio.
Já vivi momentos que pensei que
nunca enfrentaria.
Já vivi amizades que pensei que
nunca conseguiria.
Já vivi superações que pensava ser
impossíveis.
Já vivi recuperações de doenças que
pensei ser incuráveis.
Já vivi canções belas de se dançar.
Já vivi canções que não queria
ouvir.
Já vivi vitórias.
Já vivi derrotas.
Já vivi as dores de um prêmio de
consolação.
Já vivi a tristeza de pagar pelos
erros.
Já vivi a emoção do resultado de
acertar.
Já vivi o amor.
Já vivi o desprezo.
Já vivi o descaso de quem pensei
poder confiar.
Já vivi loucuras.
Já vivi sanidades.
Já vivi desvarios para depois
elucidar.
Já vivi encontros.
Já vivi desencontros.
Já vivi desafetos.
Já vivi embaraços.
Já vivi glórias.
Já vivi de tudo um pouco.
Já vivi tudo de mim.
Já vivi pouco de mim.
Já vivi coisa bonita de se viver.
Já vivi coisa feia de se fazer.
Já vivi o que se há de viver.
Já vivi o não saber.
Mas o melhor de tudo que vivi não
foi o momento mais feliz, o sorriso mais bonito, a foto mais engraçada ou o
abraço mais gostoso.
Foi a surpresa.
O melhor de se viver é não saber o
que há de vir.
E a vida é assim, igual ao vento:
não se sabe de onde ele vem, nem para onde vai.
Mas sabe-se que, com a companhia do
Poeta, nunca será importante o lugar onde estamos ou o que vamos viver.
Com
Ele, a vida sempre vale a pena viver.
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