Eu vi o
anjo no mármore
cavei no
carvão da cova
inutilmente:
morri.
Mortal,
merecida e maleficamente morri.
Como morrem
todos dessa mata morta,
como os
meninos morrem nesse morro torto,
como a
gente morta que de porta em porta morre,
paulatinamente
morre.
Esfomeada,
esfaqueada e famigeradamente morre.
Como morrem
todos dessa favelada,
Como os
meninos fracos temem a fivela,
feridos,
fatigados e fotografados
meninos da
manchete
do mundo
moribundo
manchado de
mortalha
enfiado na
cova,
o covil da
morte,
feita de
mármore
onde vi o
anjo,
e o anjo me
viu,
e voou.