Eu vejo agora Abraão. Ele vai ser o pai da fé cristã, mas ainda não sabe disso. Orando, abrindo o coração para o que ele não vê. Em um dado momento, ouve a mesma voz que eu ouvi: "Olha agora para os céus e conta as estrelas, se as podes contar." Não, ele não pode. Ninguém pode contar as estrelas. Você pode estudá-las, aprender seus nomes, marcar a localização de algumas delas num caderno, mas nada fará com que você seja capaz de contá-las. Você pode se tornar o astrônomo mais respeitado no mundo, pode comprar os equipamentos de tecnologia mais avançados do mercado. Tudo o que você conquistar vai ser expressivamente insuficiente para contar as estrelas.
O céu é isso. O céu brilha repleto de tudo que não podemos. Esse é o estranhamento: eu não o alcanço mas ele me cobre. "Tente...", diz o Poeta, "Tente contar as estrelas...". Ele gosta de fazer isso. É difícil entender por quê tentar fazer algo que está fora das minhas possibilidades. "Não é possível", digo a mim mesma, e até mais: "não quero tentar e me frustrar." Mas o medo da frustração revela o desejo pelo que se quer. Amamos as estrelas. Elas são as belas intocadas. Inatingíveis e resplandecentes sob o céu negro azulado. Desejamo-nas porque temos em nosso coração a eternidade e queremos transcender às luzes, mas nos é impossível contá-las. Tudo o que podemos fazer é vê-las. Não de perto. Só podemos vê-las de longe. Outra epifania, provavelmente.
Agora vejo Sara. Ela está gerando uma nação escolhida, mas ainda não sabe disso. Imagino que ela pode ter se sentido velha, seca, infértil. É assim que nos sentimos às vezes. Velhos, como se já houvesse acabado nosso tempo. Secos, insuficientes para saciar a sede de alguém. Inférteis, como se nunca mais fossemos capazes de produzir coisas boas. Sara olha as estrelas, pensa que é impossível. Fecha os olhos e ouve as promessas. É a canção do novo ecoando pela eternidade que viria de seu ventre.
E assim foi, conforme a crença que eles tiveram ou não. O brilho dos céus invadiu a terra e concretizou as promessas. Simplesmente. Porque quem prometeu é o mesmo que chama as estrelas do céu pelo nome. É tudo por aquele que sustenta o céu. O azul estrelado perdura como as promessas, cantando a canção da eternidade e descendo ao chão onde se firmam os pés dos viventes. Mas os viventes que sonham podem voar. Os viventes que sonham abraçam as promessas.
E podem um dia tornar-se estrelas.
(Daniel 12:3)
E assim foi, conforme a crença que eles tiveram ou não. O brilho dos céus invadiu a terra e concretizou as promessas. Simplesmente. Porque quem prometeu é o mesmo que chama as estrelas do céu pelo nome. É tudo por aquele que sustenta o céu. O azul estrelado perdura como as promessas, cantando a canção da eternidade e descendo ao chão onde se firmam os pés dos viventes. Mas os viventes que sonham podem voar. Os viventes que sonham abraçam as promessas.
E podem um dia tornar-se estrelas.
(Daniel 12:3)
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